SOIS MAÇOM?
É evidente que esta interrogativa não é dirigida a aprendizes e companheiros que apesar de o serem, ainda não atingiram sua plenitude maçônica, entretanto como é do nosso saber são os Mestres que povoam maciçamente as lojas simbólicas.
É peremptório o que reza a etimologia quanto ao significado desta palavra Mestre, e vou tão somente lembrar, não somente o que relatam nossos manuais alicerçados em tradições seculares, vou ainda mais longe, especificando tal significado, pois um dos mais respeitados dicionaristas brasileiros, Caldas Aulete, o define como sendo Mestre, aquele indivíduo que adquiriu um conhecimento específico sobre uma determinada área do conhecimento humano. Fica aqui uma opinião alforriada de dúvidas já que a fonte sem sombra de dúvidas é balizada e sobremaneira incontestável, portanto, Mestre é o que sabe, aquele que está imbuído dos seus procederes e dos seus ensinamentos, por ter galgado o ápice do simbolismo maçônico.
Há séculos quando reinava sobre a terra as origens do que somos hoje, ou seja, quando esta filosofia habitava as guildas, nos mais distintos seguimentos profissionais, portanto corporações de ofícios de então, todavia mais comumente as de pedreiros livres, mas também seguimentos políticos religiosos como foi o caso dos Essênios ou Exércitos de fundo religioso, como foi o caso dos Templários e seus originais Hospitalares, enfim, desde sempre a grande massa destes elementos era o de companheiros, cuja origem vernacular quer dizer, aquele que acompanha a atividade de outrem, mas neste caso, sob os auspícios e ou capitaneado por um mestre apenas. E quando este era destituído desta função, novamente passava a companheiro no sentido literal da palavra.
Hoje, uma vez mestre, mestre sempre, pois esta função é um grau, não uma chefia, entretanto este fato tem um fim salutar que é ampliar a leva de homens capazes de multiplicar os fins filosóficos da maçonaria, atingindo seus objetivos quais sejam, o de tornar feliz a humanidade com os desdobramento já do saber de todos.
Meus irmãos, mas como ser mestre sem os respectivos qualificativos inerente a seu dever, já que dentre nós muitos resistem o simples fato de se sujeitarem ao uso das alfaias, as quais encerram ainda que simbolicamente nossos mais enaltecedores princípios filosóficos.
Somos livres sim, e com certeza de bons costumes, condição (sine qua non), entretanto este fato não nos permite ferirmos nossas legítimas tradições se é que realmente queremos delegar aos nossos descendentes a pureza que herdamos.
O simples fato de sermos maçons é partilharmos de um sacerdócio que não pode ser exercido segundo nossas vertentes paradoxais, ser maçom é sobre tudo obedecer aos nossos landimarks dos quais, desde nosso juramento, ficou peremptório que são deveres pétreos e quem não os absorveu continuam livres e dignos, mas para outros seguimentos.
Na minha idiossincrasia, pura e simples, o mestre que desconhece a necessidade do uso das alfaias segundo rezam nossos manuais, esta folgadamente nadando contra a correnteza contribuindo de forma contraditória ao que solenemente jurou.
Ainda que nossos manuais não contribuam com uma clareza solar aos pouco versados, não é de bom alvitre imporem seus pontos de vista alicerçados nos insalubres Usos e Costumes, hoje perniciosos, pois que, não permitem uma congruência de procederes mesmo dentro, e sobre os auspícios, do mesmo rito consolidado por uma potência maçônica.
O mestre que não dominar a essência de suas alfaias e a grandeza de seu significado para a formação da egrégora, por exemplo, que é condição circunstancial e mantenedora da nossa filosofia, não pode ser educador do que tange ao princípio basilar da maçonaria simbólica.
Aquele Mestre que se sentir pavonizado com o uso das suas alfaias com certeza não esta no lugar certo e quem ainda as aceita, todavia não dá o exemplo edificador, foge insensivelmente de seus predicados. De que valem os esforços despendidos por nossas potências maçônicas, com objetivos tão puros de congregar as subsidiadas, no tocante a padronização se as tornamos uma babel nestes assuntos de congruências de procederes ritualísticos só para defender os já citados Usos e Costumes, tão em voga na idade media, quando e onde as letras não tinham o alcance de hoje.
A disparidade interpretativa de nossos manuais nos leva a sentirmos-nos estrangeiros numa visita a uma coirmã ainda que sob a mesma égide ritualística.
Meus Irmãos, vamos rever nossos objetivos, nossas metas, nossos princípios, e vamos lembrar o que acordamos ao jurar defender a instituição para tornar feliz a humanidade.
Sejamos Mestres sim, mas sejamos autênticos e vamos nos subordinar aos ditames tão solidamente compilados em nossos manuais, fugindo de subterfúgios que tanto tem desgastado nossa filosofia, esta filosofia tão agregadora e de objetivos tão puros e definidos.
Zildo Pacheco de Ávila.
MI Benemérita, Augusta e Respeitável Loja Simbólica Abolição 100. GL, Oriente de Pelotas. RS.